O mês de Novembro é repleto de datas importantes para a reflexão sobre o trabalho, a cidadania e os direitos previdenciários. Confira:
Direitos Humanos e Previdência: 33 anos do Pacto de San José e o direito ao envelhecimento digno
Há exatos 33 anos, em 6 de novembro de 1992, o Brasil promulgava o Decreto nº 678, incorporando à ordem jurídica interna a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, também conhecida como Pacto de San José da Costa Rica. O tratado, marco do sistema interamericano de proteção dos direitos humanos, consolidou princípios que dialogam profundamente com o cotidiano dos servidores públicos e com a própria razão de existir da previdência social: garantir dignidade em todas as etapas da vida.
Ao reconhecer a dignidade da pessoa humana como eixo central das políticas públicas, a Convenção contribuiu para ampliar o conceito de direitos fundamentais no Brasil. Não apenas os direitos civis e políticos — como o direito à vida, à liberdade e ao devido processo legal —, mas também os direitos sociais, entre eles o direito à previdência, ao trabalho decente e ao envelhecimento digno, passaram a ser vistos sob a ótica da indivisibilidade dos direitos humanos.
O direito previdenciário como direito humano
A Constituição Federal de 1988, inspirada nas convenções internacionais ratificadas pelo país, consagrou a previdência social como um dos pilares da seguridade (art. 194 a 204 da CF). Esse reconhecimento reafirma que o amparo previdenciário não é mera política compensatória, mas um dever do Estado e um direito de toda pessoa que trabalha — inclusive o servidor público municipal.
Na prática, isso significa que a previdência é também uma política de direitos humanos, porque assegura aos trabalhadores e trabalhadoras o direito de envelhecer com dignidade, de ter acesso a benefícios em situações de vulnerabilidade (como doença, invalidez ou morte) e de se aposentar após anos de contribuição ao serviço público.
A Guarujá Previdência, autarquia responsável pela previdência social dos servidores públicos municipais de Guarujá, é expressão concreta desse compromisso. Ao garantir aposentadorias e pensões, promove a continuidade da proteção social que o Pacto de San José defende: um Estado comprometido com a dignidade e a justiça social.
Servidores municipais e o pacto pela dignidade
No serviço público municipal, a proteção previdenciária é também uma forma de reconhecimento da contribuição de cada servidor à cidade. A aposentadoria, nesse sentido, não representa o fim da vida ativa, mas o início de uma nova etapa de cidadania, em que o tempo dedicado ao trabalho se converte em segurança e respeito.
O Pacto de San José da Costa Rica, ao exigir dos Estados o dever de proteger as pessoas contra discriminação, abandono e exclusão social, reforça o valor simbólico e jurídico da previdência municipal: garantir que ninguém seja deixado para trás.
Assim, cada benefício concedido, cada orientação previdenciária e cada política de educação previdenciária da autarquia traduzem, em nível local, os compromissos assumidos pelo Brasil no plano internacional.
Previdência é democracia
A previdência pública é também uma forma de democracia cotidiana. Ela expressa o princípio de solidariedade — base do sistema contributivo — e materializa o ideal de justiça distributiva. Quando o servidor compreende seus direitos, planeja sua aposentadoria e confia em uma instituição transparente, o pacto social se fortalece.
Em tempos de desafios sociais e econômicos, lembrar os 33 anos do Pacto de San José da Costa Rica é reafirmar que proteger o direito à previdência é proteger a dignidade humana.
A Guarujá Previdência celebra esta data renovando seu compromisso com os servidores públicos municipais: garantir que o direito de envelhecer com dignidade não seja apenas uma previsão legal, mas uma realidade vivida.
Dia Nacional dos Direitos Humanos reforça a importância da dignidade e do envelhecimento digno
Celebrado em 12 de novembro, o dia chama atenção para o papel dos direitos previdenciários na concretização da dignidade humana
O Dia Nacional dos Direitos Humanos, celebrado em 12 de novembro, é um convite à reflexão sobre o papel da dignidade, da igualdade e da liberdade na consolidação da democracia e da justiça social no Brasil. A data foi instituída pela Lei nº 12.641/2012 em homenagem à líder sindical Margarida Maria Alves — símbolo da luta por direitos trabalhistas e contra a violência no campo — e se tornou referência para o debate sobre cidadania e direitos fundamentais.
Os direitos humanos são resultado de um processo histórico de conquistas. Como lembrou o filósofo italiano Norberto Bobbio, “os direitos humanos não nascem todos de uma vez, nem de uma vez por todas” — eles são construídos gradualmente e exigem vigilância permanente para que não sofram retrocessos. Essa construção envolve também a efetivação de direitos sociais, como o direito à previdência, à saúde e ao envelhecimento digno.
O direito previdenciário é parte indissociável dos direitos humanos. Ele garante que, ao fim de uma vida de trabalho, as pessoas possam viver com segurança material, autonomia e respeito, preservando a dignidade que fundamenta o Estado brasileiro. Nesse sentido, a proteção à velhice, assegurada tanto na Constituição Federal quanto em tratados internacionais — como o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica) — expressa o compromisso coletivo com a solidariedade intergeracional e o amparo aos que mais precisam.
A agenda global também reforça essa perspectiva. O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 16, da Agenda 2030 das Nações Unidas, prevê o fortalecimento das instituições públicas para promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas. Garantir o funcionamento ético, transparente e acessível de sistemas previdenciários é parte fundamental desse compromisso: não há paz social sem justiça e sem proteção social efetiva.
Celebrar o 12 de novembro, portanto, é reconhecer que os direitos humanos não se limitam às liberdades civis, mas se realizam também no cotidiano — nas relações de trabalho, no acesso à previdência e na construção de uma velhice digna. É um chamado para que a dignidade humana continue sendo o eixo de todas as políticas públicas, inclusive as previdenciárias.
17 de novembro – Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata
Prevenção salva vidas e fortalece o direito à saúde dos servidores públicos
Nesta segunda-feira (17), o mundo marca o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, data criada para reforçar a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do cuidado integral com a saúde masculina. O câncer de próstata permanece como um dos tipos de câncer que mais mata homens no Brasil e no mundo, embora seja altamente tratável quando identificado em estágios iniciais.
A mobilização tem impacto direto na vida dos servidores públicos municipais, que também enfrentam os efeitos do adoecimento sobre a saúde, a vida laboral e a proteção previdenciária. A Constituição Federal estabelece, em seu art. 6º, que a saúde é um direito social fundamental, e o Regime Próprio de Previdência Social garante proteção ao servidor em casos de incapacidade decorrente de doença grave. Por isso, falar de prevenção é também falar de direito previdenciário, dignidade e proteção social.
Ações recentes no município
No último sábado (15), a Prefeitura de Guarujá realizou um mutirão de triagem para câncer de próstata no Ambulatório de Referência em Especialidades (ARE), na Vila Júlia. Homens a partir de 45 anos receberam avaliação médica e solicitação do exame PSA (antígeno prostático específico), com coleta realizada na unidade de referência de cada paciente.
Simultaneamente, foram realizados 240 exames de ultrassonografia de próstata para usuários que estavam na fila de espera — todos previamente agendados pela Secretaria de Saúde. Houve ainda mutirão de vasectomia, também para pacientes já convocados.
A iniciativa reforça que políticas públicas de saúde preventiva reduzem riscos, evitam afastamentos prolongados e ajudam a assegurar um envelhecimento digno, princípio diretamente conectado à missão institucional da Guarujá Previdência, autarquia responsável pela previdência social dos servidores públicos municipais de Guarujá.
Saúde do homem é política pública essencial
O Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata lembra que cuidar da saúde masculina não é apenas uma escolha individual: trata-se de uma agenda pública, indispensável para proteger vidas, garantir qualidade de trabalho e assegurar que cada servidor possa chegar à aposentadoria com saúde, autonomia e dignidade.
DIA NACIONAL DE COMBATE AO RACISMO — 18 DE NOVEMBRO
Uma data para reafirmar direitos, enfrentar desigualdades e fortalecer a democracia
O Dia Nacional de Combate ao Racismo, celebrado em 18 de novembro, convida o país a refletir sobre um dos mais graves desafios históricos do Brasil: a desigualdade racial estrutural. A data tem forte relevância em 2025, especialmente por ocorrer no Mês da Consciência Negra, período dedicado a reconhecer a contribuição da população negra e denunciar as violências — explícitas e invisíveis — que ainda moldam a vida social brasileira.
A luta institucional contra o racismo está firmemente prevista no ordenamento jurídico brasileiro. A Constituição Federal de 1988 reconhece o racismo como crime inafiançável e imprescritível, reafirmando um compromisso inequívoco do Estado com a proteção da dignidade humana. No plano internacional, o Brasil é signatário da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, aprovada pela ONU em 1965, que determina aos Estados a adoção de políticas públicas para prevenir e eliminar práticas discriminatórias.
Essa agenda também alcança o sistema de Justiça. Em 2024, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instituiu o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Raça, ferramenta que orienta magistrados a reconhecerem que o racismo é estrutural e influencia processos, decisões e trajetórias institucionais. A iniciativa veio na esteira de recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e de decisões da própria Corte Interamericana, que já condenou o Brasil por casos de violência racial e discriminação.
No plano local, os dados reforçam a urgência do debate. O Censo de 2022 do IBGE mostra que a população negra (pretos e pardos) representa parcela majoritária dos moradores de Guarujá — realidade que acompanha o cenário nacional, em que mais de 56% dos brasileiros se autodeclaram negros. Em muitos serviços públicos, inclusive na administração municipal, servidores negros constituem parte expressiva da força de trabalho, atuando diariamente na garantia de políticas públicas essenciais.
O combate ao racismo, portanto, é também um compromisso com o serviço público e com o Estado Democrático de Direito. A construção de instituições mais inclusivas, acessíveis e representativas passa pela valorização da diversidade e pelo reconhecimento de que o racismo não é apenas um comportamento individual, mas um fenômeno histórico que produz desigualdades materiais concretas — no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, à renda e também às condições de envelhecimento digno.
Nesse sentido, o direito previdenciário também integra esse quadro de proteção mais amplo: assegurar aposentadorias dignas, garantir o direito ao envelhecimento com saúde e promover a segurança social são objetivos que, embora não diferenciem os cidadãos por raça, têm impacto direto sobre a vida de milhões de brasileiros e brasileiras que enfrentam desigualdades ao longo de toda a trajetória laboral.
O Dia Nacional de Combate ao Racismo é, portanto, um chamado coletivo: reconhecer o passado, enfrentar o presente e construir um futuro em que a cor da pele não determine oportunidades, trajetórias e condições de vida. É um compromisso institucional, democrático e humano — e que começa todos os dias, dentro e fora do serviço público.
20 de Novembro – Dia Nacional da Consciência Negra
O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, marca a data da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo maior da resistência negra no Brasil. É um dia de reflexão sobre as raízes da desigualdade racial, mas também de reconhecimento da contribuição histórica, política, cultural e social da população negra na construção da sociedade brasileira.
A luta pela igualdade tem nomes que marcaram épocas. Dandara dos Palmares, guerreira quilombola; Carolina Maria de Jesus, autora de Quarto de Despejo e uma das maiores vozes da literatura brasileira; Abdias do Nascimento, fundador do Teatro Experimental do Negro e referência do movimento negro; Lélia Gonzalez, intelectual fundamental para a compreensão do racismo à brasileira; e pensadores contemporâneos como Muniz Sodré e Silvio Almeida, que ampliaram o debate sobre comunicação, poder, democracia e racismo estrutural. Foi Silvio Almeida quem ressaltou, em sua obra clássica, que “o racismo estrutura as relações sociais no Brasil”, explicando que a desigualdade racial não é um acidente, mas um modo de funcionamento da sociedade.
Os dados confirmam essa realidade. Segundo o Censo 2022 do IBGE, pessoas negras (pretas e pardas) representam 56% da população brasileira. Em Guarujá, elas também constituem a maior parte dos habitantes, compondo um cenário que exige políticas públicas comprometidas com igualdade material, acesso a direitos e combate às discriminações persistentes. No trabalho, na renda, no acesso à educação e à saúde, as desigualdades ainda são profundas — razão pela qual o mês de novembro se tornou tão central para o debate público.
A pauta ganhou ainda mais relevância diante de condenações recentes do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos relacionadas a violações com recorte racial. Um dos casos mais emblemáticos é o da Chacina do Borel (2024), em que a Corte responsabilizou o Estado brasileiro pela morte de jovens negros, reforçando a necessidade de enfrentar a violência racial institucional. Em decisões como essa, a Corte reafirma que o racismo é incompatível com a democracia e que os Estados devem adotar medidas efetivas de prevenção, reparação e transformação estrutural.
O debate também dialoga com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, especialmente o ODS 10 (Redução das Desigualdades) e o ODS 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes), que defendem a construção de sociedades mais inclusivas, igualitárias e baseadas no respeito aos direitos humanos. Falar de consciência negra é, portanto, falar do compromisso internacional assumido pelo Brasil de enfrentar desigualdades históricas e construir instituições mais justas — incluindo instituições públicas municipais e previdenciárias.
No âmbito do serviço público, o tema também se conecta à necessidade de garantir igualdade de oportunidades, ambientes de trabalho seguros, respeito à diversidade e promoção de políticas antidiscriminatórias, condutas alinhadas aos valores constitucionais e aos tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é parte. A administração pública tem papel relevante na formação de uma cultura institucional antirracista e no fortalecimento de práticas inclusivas em todos os níveis.
O Dia da Consciência Negra não é apenas uma data comemorativa: é um chamado à responsabilidade coletiva. Resgatar a história, reconhecer as contribuições da população negra, enfrentar o racismo estrutural e promover igualdade de fato são compromissos indispensáveis para uma sociedade democrática. Novembro é mês de memória, luta e afirmação — mas o compromisso com a igualdade precisa durar o ano inteiro.

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